Pontevedra: Se fores a Compostela, peca antes em Pontevedra!

Se existe uma região de Espanha onde me sinto em “casa” é na Galiza e isto deve-se a três particularidades desta região: a primeira é o idioma Galego, uma espécie de português mal falado (ex. Ti queres auga?) que faz com que não seja necessário recorrer ao bom do “Portunhol”; a segunda é a possibilidade de beber Super Bock, sem dúvida melhor do qualquer cerveja espanhola (não me venham falar da Estralla, porque eu acredito piamente que é urina); a terceira, e mais importante, é a gastronomia, que me uniu definitivamente à Galiza, aos Galegos e mais especificamente aos Pontevedrenses (também me fez ir a Compostela pedir a absolvição de 1 ou 2 pecados).


Quanto à aventura em si, esta teve lugar na primeira quinzena de um mês Julho, altura das festas locais, que faz com que os arrabaldes também andem num boliço. Foi neste clima intenso que descobri os localmente famosos Furanchos, que basicamente são particulares a abrir e partilhar a sua casa (adega) e dotes culinários pela módica quantia de 10€ por pessoa. E ao que é que temos direito? Preparem-se! Varia de casa para casa, mas de uma forma geral podemos comer vieiras no forno, calamares (fresquinhos), pimentos pedron grelhados, tortilha de batata, revueltos de chouriço, presunto, queijo cabreiro e muito vinho. Os produtos são todos locais e os pimentos, o presunto, o chouriço e o vinho são em alguns casos produzidos pelo proprietário da casa. Para quem é amante do petisco e do convívio, os Furanchos são pontos de paragem obrigatória e até são bastantes fáceis de encontrar, uma vez que são colocadas tabuletas à beira da estrada para os assinalar.

Findada a "Furanchada" é melhor ir para Pontevedra e juntarmos-nos à festa. É importante levar o equipamento adequado (umas quantas litrosas de Super Bock), porque temos que nos juntar a algum botellons, que neste momento até são ilegais, mas continuam de tal forma enraizados na cultura local que é impossível acabar com eles. Em suma, em Pontevedra não passamos fome nem sede, não nos aborrecemos e principalmente não ficamos sozinhos.

Viagem: O ideal é ir de carro, entrar pela zona minhota (gosto de fazer a N13 por causa da paisagem) e depois apanhar a A55 (Autovia, como uma Auto Estrada, mas gratuita). No fundo só se gasta dinheiro em gasolina, vale a pena reservar 150€ e explorar bem a zona.

Estadia: Em época alta, reservar um quarto duplo por 6 dias num hotel ou pousada na zona de Pontevedra, fica em 240€ (20€/dia por pessoa).

PS: Se queres ir a Pontevedra, contacta-nos. Se não quiseres ir, espera por outro post ou então compra pimentos pedron no Pingo Doce e leva um pouco da Galiza até ti.